O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), fundado em 10 de maio de 1983, foi reconhecido por meio da Carta Sindical na gestão do Dr. Salvador de Oliveira Sobrinho, sendo credenciado para, de fato, representar a categoria. Desde então, iniciou-se uma trajetória de lutas em prol dos médicos do Amazonas.
Nessa trajetória passaram pelo Simeam os presidentes Pedro Paulo, Mena Barreto, Jefferson Jezini, José Carlos Esteves, Heldemar Ferreira, Edson Ramos e Maria Auxiliadora Brito. E como o atual presidente da entidade, Dr. Mario Rubens Macedo Vianna, todos levantaram a bandeira do sindicato e lutaram por melhores salários e condições de trabalho.
Hoje a entidade é estruturada com base num estatuto que prevê sua organização no formato presidencialista, mas onde as principais decisões são tomadas em conjunto com a diretoria geral ou, em outras situações ainda, com o respaldo de assembleia geral.
O organograma funcional contempla vice-presidência, secretaria geral, tesouraria, comunicação, assuntos jurídicos, administração e patrimônio, relações trabalhistas e sindicais e conselho fiscal. Para que possamos oferecer a cada diretor as melhores condições possíveis para o desempenho de suas funções, alocamos cada secretaria dentro da estrutura física da sede do Simeam. Contamos também com assessoria nas áreas jurídica, contábil e de comunicação, além de corpo funcional de apoio.
A principal atribuição do Simeam é a defesa profissional, com o objetivo de garantir melhores condições de trabalho em todas as áreas de atuação médica e nas suas mais diversas relações de trabalho. Esta gestão tem como proposta reestruturar e ampliar as atividades da categoria, para atender às novas demandas de uma entidade que se quer presente e atuante, de acordo com as necessidades e solicitações de seus associados, ou seja, dos verdadeiros donos do Sindicato.
Atualmente, o nosso Sindicato conta com cerca de 972 associados, e estamos com uma campanha permanente de sindicalização e recadastramento para atualização de cadastro e melhor funcionamento da instituição.
Há 14 anos o Amazonas tinha 3.734 médicos, em outubro de 2024, saltou para 6.503 profissionais em atividade no estado, mas ainda assim é um dos estados do Brasil com menos médicos por habitante. A média nacional de médicos por habitante, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) é de 2,81 médicos para cada mil habitantes, no Amazonas essa média está abaixo da média nacional com 1,6 médicos para cada mil habitantes.
A falta de políticas públicas e gestão de recursos humanos são as principais causas dessa defasagem. As péssimas condições de trabalho, falta de infraestrutura e ausência de plano de Carreira afasta os profissionais dos municípios do Estado, prejudicando as localizadades mais afastadas, deixando elas desassistidas. O Simeam pensando nessa siuação, criou a função de “Delegado Sindical” nessas localidades distantes, para melhor assistir os que atuam nessas situações.
No Estado, temos uma peculiaridade, que é o fato de existirem muitos médicos trabalhando em Empresas, sem nenhuma garantia de trabalho e enfrentando dificuldades nas relações com o poder público, as quais foram agravadas no ano de 2010, com a prisão do presidente da Coopaneo, Dr. Paulo Wagner Brandão e recentemente com a implementação das OSSs (Organizações Sociais de Saúde) que tem retirado postos de trabalho dos médicos e demais categorias substituindo por mão de obra mais barata e desqualificada muitas vezes. Essas organizações, tem histórico de desvio de recursos públicos em esquemas criminosos por todo o país e agora viraram realidade no Amazonas.
O interior vivencia uma situação ainda mais grave, relacionada ao exercício ilegal da medicina, sobretudo por colegas estrangeiros. As OSSs também já dominam a saúde nos municípios e muitas já são alvos de operações de desarticulação de esquemas criminosos, muias vezs por deixarem os profisionais sem salárioa, a mercê de vontade política.
Nas Universidades, o vínculo é regime único, mas com salários que conseguem ser mais baixos que os do Município e do Estado. No Amazonas muitos médicos, dentro do que prevê a legislação vigente, acumulam dois vínculos, e têm somado às suas cargas horárias outras atividades para obter sua subsistência e a de suas famílias, resultando, com isso, numa carga excessiva de trabalho.
As maiores metas do Simeam são o funcionamento adequado dos Planos de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCS/R) e a implementação da Carreira Médica de Estado (Cemeam).
A Carreira Médica de Estado tem com o objetivo de resolver o problema de falta de médico na maioria das localidades do interior do Amazonas, além de dar garantias para um bom exercício profissional no serviço público de saúde.
É através de uma carreira bem estruturada que se busca resolver também a crônica política de baixos salários que têm sido um impedimento para a consolidação de um Sistema único de Saúde (SUS) de qualidade em todo o Brasil.