O Sindicato dos médicos do Amazonas vem a público manifestar repúdio à proposta de reajuste salarial de apenas 5,48% para os servidores médicos municipais. Esta medida, apresentada de forma impositiva pela Prefeitura de Manaus e aprovada pela base aliada do prefeito, e que nem mesmo foi aprovada pela Mesa Municipal de Negociação do SUS, onde as negociações não foram finalizadas é um verdadeiro desrespeito àqueles que estão no atendimento à população.
É inadmissível que, em um cenário onde a saúde pública é constantemente desafiada, o executivo municipal demonstre tamanha falta de reconhecimento e valorização aos seus profissionais. A emenda que buscava garantir um reajuste mais justo, de 10%, foi derrubada. Esse é um ano onde o reajuste depende apenas de boa vontade política. As condições orçamentárias e financeiras da prefeitura são favoráveis para a concessão de um reajuste digno, mas a decisão de não concedê-lo é puramente política, se não for feito é apenas porque o prefeito não quer.
Uma análise da situação econômica e financeira da prefeitura verifica que nada impede esse reajuste, tanto do ponto de vista da arrecadação crescente nos últimos anos nem da responsabilidade fiscal, já que as despesas de pessoal vêm caindo e atualmente representam somente 34,6% das receitas correntes líquidas, abrindo uma folga orçamentária que permitiria aumentar a despesa com pessoal em, no mínimo, 16,6% das Receitas Correntes Líquidas, ou seja, algo em torno a R$ 1,5 bilhão e, no máximo, 19,0%, ou R$ 1,7 bilhão, sem ferir as restrições impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os médicos servidores da saúde de Manaus, merecem um reajuste salarial que reflita a complexidade de suas funções e a inflação acumulada.
